sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A LENTE

 
Quando menino, eu tinha por apelido, "o fogo-de-palha".
Estava sempre com um plano novo na cabeça e, a respeito, falava entusiasticamente à minha família. Começava a tarefa, porém logo me sentia desanimado e a largava desinteressado. E uma outra ideia magnífica jorrava de meu espírito, para ter o fim de sempre.
Em certo dia de verão, meu pai, que lia o seu jornal na varanda, chamou-me. Estava com uma lente na mão e me disse: Preste atenção e irá ver uma coisa muito interessante. É uma experiência... Com o sol incidindo na lente, passeava o foco de luz pela folha do jornal, porém nada acontecia. Eu fiquei intrigado. Então ele deteve o movimento e manteve o ponto de luz imóvel por algum tempo, focalizando os raios solares. Dentro de poucos segundos o papel se incendiou e surgiu ali um furo. Aquela experiência me fascinou, mas não entendi logo o seu significado.
Então meu pai explicou: Meu filho, este princípio se aplica a tudo que fazemos. Para alcançarmos qualquer êxito na vida é indispensável concentrar todos os nossos esforços na tarefa do momento. É como a concentração dos raios do sol filtrados pela lente. Enquanto ela percorreu às tontas a folha do jornal nada aconteceu. Mas quando se deteve, você viu o furo provocado. Tudo questão de paciência, tempo e concentração. Às vezes, quando estamos prestes a desistir, aparece-nos a solução do problema, justamente como no caso do furo no papel.
Desse incidente me recordei inúmeras vezes em minha vida, o que me deu sempre muita coragem para perseverar até o fim.
(Autor desconhecido)
 

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